Tuesday, August 24

"I've done a lot of thinking lately...


...The thinking that only occurs when you're pressed between bedsheets and the clock is staring back at you in bright red 3am's and your mind is playing a constant loop of memories you'd rather forget.

Let's face it: My love life is pretty much a giant shit show. I've had my heart ripped out of my chest one too many times at the young age of 19. It's a mix of youthful idealism and hope and a desperate desire to believe in someone against all odds. It's the lure of breathing in a familiar smell while tucked in the arms of someone you've silently loved for years, even though better judgment says he'll hurt you again.

I know that life is not a romantic comedy, but I guess I've still kind of fallen into the idea that maybe sometimes things are meant to be. I've learned a few things though. I constantly see couples breaking up, talking shit and then getting back together - an ebb and flow that they come to accept as normal. I guess on a grand scale I'm guilty of this, but recent events have taught me a very important lesson: the person who is really great for you, the person who brings out the best in you, your partner in crime? That person is not going to second guess your relationship until it's lost all meaning. That person is not going to rip your heart out of your chest even one time, and he certainly won't do it twice. And that person shouldn't make you an option, because in love you deserve to be a priority.

I might still fall silent when I stumble across old pictures. I might stay up until early morning hours to avoid thinking myself to death while trying to fall asleep. And, yeah, I might still ache to hear a confession of remorse.

But I'm not going to waste my time on someone who isn't great for me. Settling for familiarity is bullshit. As hard as it is, I'm going to move on. One day, I'll find someone capable of keeping my heart safe when I hand over the key and say, "Hey, don't fuck this up."

Always,
Jessie"

(Le Love)

Sunday, August 15

O acaso do acaso

Ele acordou no horário. Às 7 da manhã seu despertador tocou, como sempre, e ele acordou. Pensou no enorme sentimento de solidão em que se encontrava. Aquilo realmente o incomodava todas as manhãs. Mas também pensou que não adiantava ficar pensando naquilo, e iniciou sua rotina matinal: Lavou o rosto, escovou os dentes, enfim, fez todas essas coisas que todos fazem pela manhã. Tomou café-da-manhã com café, um sanduíche e uma fatia de bolo. Depois tomou um banho e se arrumou. Finalmente estava pronto para a aula.
Seu professor do primeiro período era um chato, irritado como se não tivesse mulher. Por isso, para não se atrasar nem um minuto e entrar na aula as oito em ponto, ele tinha calculado o tempo exato que demorava para se arrumar e comer, além do percurso de ônibus da parada principal, que era perto de sua casa, até a parada final, obviamente onde era sua aula.
Era rotina. Como previsto, às 7h20 ele entrou no ônibus. Isso também era rotina. Pegando esse ônibus ele corria menos riscos de se atrasar, além de poder viajar sentado. Sentou na frente, em um banco dos idosos. E passou a pensar, novamente, no enorme sentimento de solidão em que se encontrava. Apesar de o ônibus estar lotado. Rotina.
Agora eram 7h35. O ônibus parava em outra parada qualquer e aquela que seria a mulher da sua vida se aproximava.
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Ela acordou atrasada, como sempre. Às 7h20, deu um pulo da cama, pois seu relógio biológico sabia que algo estava errado. Ficou com de si mesma, pois mais uma vez desligou o despertador ao invés de ativar a função soneca.
Mal jogou uma água no rosto, mal escovou os dentes, mal fez todas as coisas que todos fazem pela manhã. Foi para a cozinha tomar um rápido copo de leite com chocolate. Enquanto tomava o leite, pensou no enorme sentimento de solidão em que se encontrava. Aquilo realmente a incomodava todas as manhãs, mesmo quando estava atrasada. Então saiu correndo para pegar o primeiro ônibus que fosse em direção à faculdade.
Normalmente ela entraria no ônibus que passa ao lado de sua casa, às 7h20. Normalmente ela não tinha tanta pressa. Normalmente ela não saia correndo eufórica atrás do primeiro ônibus que passasse, mas dessa vez ela tinha prova e não poderia se atrasar. Chegou na parada 7h30 e perdeu o ônibus que passava. Já que tinha que esperar pelo próximo, andou até outra parada, pensando, novamente, no enorme sentimento de solidão em que se encontrava.
Agora eram 7h35. A porta do ônibus abriu-se à sua frente e ela se aproximava daquele que seria o homem da sua vida.
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E se ela não tivesse desligado o despertador?
E se ela não tivesse prova?
E se ela não tivesse perdido o ônibus das 7h30?
E se ela não tivesse caminhado até a outra parada?
E se o professor dele não fosse chato em relação aos atrasos dos alunos?
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Só havia um único banco vazio em todo o ônibus. Era vermelho e não havia nenhum idoso. Faltou pouco, muito pouco para ela sentar lá. Ele até encolheu suas pernas ao notar alguém se aproximando, mas a cidadania dela falou mais alto e ela desistiu. Deu um sorrisinho de agradecimento ao menino que recolheu as pernas e parou na direção contrária. Ficou em pé, perto da roleta, pois desceria antes do ponto final.
Ele tentou retribuir o sorriso, mas ela já estava de costas. Desistiu e voltou a esticar as pernas. Ela foi pro fundo do ônibus. Ele cochilou.
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Ainda bem que, por um acaso, o professor dele descobriu que sua mulher dormia com seu amigo e teve um treco.
Ainda bem que, por um acaso, sobrou para ele levar o professor no ambulatório da faculdade.
Ainda bem que, por um acaso, esse ambulatório era do lado da sala de aula dela.
Ainda bem que, por um acaso, o professor dela se atrasou.
Ainda bem que, por um acaso, ela ficou na frente da sala estudando para a prova.
Ainda bem que, por um acaso, eles se olharam e se reconheceram.