Thursday, May 3

Sobre idade, aniversários e estado de espírito



Quando eu fiz 18 anos, pensei: "Ah, falta tanto tempo para eu chegar nos 20 e poucos". Naquele ano, tudo o que eu mais queria era aproveitar a maioridade e começar uma vida nova, onde eu fosse dona de mim e responsável por meus atos. Ou seja, eu queria era ser muito irresponsável e aproveitar para fazer besteiras sem ter que dar satisfação para os meus pais.

Nem tudo aconteceu como esperado (ainda bem). A menina boba e louca pela irresponsabilidade começou a dar lugar a uma mulher completamente diferente... Meu último aniversário passou (ok, há uns 4 meses já!) e cheguei aos 21 anos. É um pouco assustador, confesso. Já estou na fase em que as pessoas podem dizer "ela tem 20 e poucos anos". Nunca achei que chegaria tão rápido aqui. Ai, que medo! Sempre gostei de fazer aniversário e nunca costumei relacioná-lo com a ideia de envelhecer. Mas isso mudou. Agora penso nos 20 e poucos, nos futuros 30 e poucos, 40 e poucos e por aí vai... Ter me formado só fez essa angústia - não sei se é exatamente esta a palavra que quero usar para definir essa sensação, mas foi a mais próxima que encontrei no meu dicionário sentimental - aumentar. Peraí, que caiu a ficha: Sou uma adulta de 20 e poucos anos formada e trabalhando. Confere, produção?

As coisas passaram tão rápido que nem vi passar! Redundante, eu sei... Mas o que antes parecia uma eternidade, agora parece voar e escorrer por entre meus dedos...

Tudo bem, eu sei que quem está lendo este texto deve estar pensando: "Peraí, essa guria recém fez 21 anos e tá reclamando que tá velha???". Eu sei, eu sei... Gosto de dar uma explicação astrológica para isso (ok, eu não acredito mais em horóscopo. Ok, todo mundo diz não acreditar em horóscopo, mas, pelo menos uma vez na vida, todos já deram uma olhadinha ali do lado das cruzadinhas no jornal): "O capricorniano é velho quando jovem e jovem quando velho." Sim, acreditem, eu tive uma adolescência ranzinza, reclamona e esclerosada. Além disso, ainda sou uma pessoa extremamente nostálgica e saudosista, - sim, percebi as duas últimas qualidades após a formatura - minhas histórias parecem de alguém que já está no fim da vida e que sente muitíssimas saudades daquele 'tempo que não volta mais'.

Sim, acreditem, as coisas estão melhorando... Acho que ainda tenho salvação! Talvez eu tenha um caso igual ao do Benjamin Button, só que mental. Talvez minhas experiências, misturadas com a maturidade (que parece estar chegando para ficar), me tornem uma pessoa mais 'jovem'. Mesmo que o corpo não venha a demonstrar...

Em todos meus aniversários, quando assopro a velinha, desejo ser feliz. Nos meus 21 não foi assim, resolvi não fazer pedidos e não criar expectativas. Aprendi que tudo fica mais quando não espero nada, pois tudo me surpreende. Se realmente dá certo, não sei. Mas bem que a minha gastrite parou de reclamar...

Por enquanto, tudo está muito tranquilo, calmo, bom (e aí está o motivo para tão poucas atualizações neste blog. Calmaria = falta de inspiração). Não pedi nada para 2012, também, e coisas muito boas já aconteceram.

Para finalizar esse texto, e não perder aquele velho costume de reclamar - ainda não estou velha o suficiente para ter uma mente tão jovem que não reclama de nada - preciso dizer que o fato é que as coisas estão até calmas demais, para dizer a verdade. Não está mais tudo cinza, como descrevi uma vez, está tudo num tom azul fraquinho à la Windows, em que não sei se está frio ou calor. Está tudo tão perfeitamente bem que às vezes dá uma sensação de vazio... Mas acho que não é falta de algo, mas sim vontade de adicionar. Talvez seja aquela falta de alguém legal que some coisas intensas e mais legais ainda para minha vida, mas isso é assunto para outros capítulos...
           


O pior passou, coisas boas estão a caminho.

Tuesday, January 17

Se eu fosse oradora...

Só de pensar me dá um aperto no coração! Mal tenho conseguido dormir pensando que faltam poucos dias para a tão esperada formatura, que vai ser a minha última festa como aluna da Universidade Federal do Rio Grande. Nunca comentei com ninguém, mas preciso dizer que não sofri desse jeito com o fim do colégio... Eu era como aquelas adolescentes de filme teen americano: absolutamente nada popular que não via a hora de entrar na faculdade e começar tudo do zero. Comecei e agora tenho que me despedir. Não dá, é difícil demais!

Qualquer tipo de despedida é uma perda. E eu simplesmente não sei perder coisas que gosto muito. Falo mais que a boca, mas nunca soube como dizer adeus. Com a faculdade não poderia ser diferente. Desde a quinta série eu já tinha na cabeça a ideia de estudar Inglês na FURG. E já acabou. Como assim, já acabou?

Foram quatro anos de estudo e festa (muita festa). No início, tudo era felicidade. Quando finalmente coloquei meus pés no prédio 4, senti que estava em casa. Conquistei amizades verdadeiras e fiz muitos trabalhos, bebedeiras, choros, alegrias e tristezas em grupo. Eu sempre brigava com um ou outro, mas nada que não fosse resolvido quando a raiva acabava...

Eram mais ou menos 27 alunos. Mas logo no primeiro ano esse número começou a diminuir, já que alguns se mudaram/trocaram de curso. Enfim, seguiram suas vidas. Afinal, na faculdade é hora de brincar de gente grande e pensar no futuro. A partir do segundo ano, algumas aulas já não eram mais tão agradáveis. Confesso que nunca vou entender algumas cadeiras que fui obrigada a estudar para passar. As preocupações com exames/trabalhos/estágio também haviam começado. A vida maravilhosa de calouro, de fato, tinha acabado.

No terceiro ano, alguns queridos amigos já haviam desistido e outras pessoas entrado na turma. Lembro que encontrei algumas pessoas que nunca tinha visto antes. Agora já sei quem são, mas era estranho quando um professor fazia a chamada e eu resmungava: "Who the fuck is 'fulano'?".

Talvez por ser o último, o quarto ano passou tão depressa que nem percebi. Eram coisas demais para uma pessoa só. Tinha trabalhos, provas, aulas e os tão temidos estágios obrigatórios (que quase me levaram à loucura). Nem sei bem como arrumei tempo para me divertir socialmente. Por um momento, pensei em largar um dos estágios, mas quando vi minha pasta pronta, foi como o nascimento de um filho. Me deu saudade de tudo que me levou a chegar ali, principalmente do início.

Dos meus dias de bixete até 'bisavóterana', lembro de tudo. Vou sentir muita falta de tudo. De toda a expectativa antes do trote, aquela bagunça no Rosa com tinta e Chinoca Minha. De alguns professores. Mas não vou negar, só de alguns, porque outros dou graças a Deus por não ver mais. Mas, no fim, entendo que não teria a menor graça se todos fossem bonzinhos.

Mas a saudade vai ser bem maior quando eu lembrar dos amigos que fiz. Principalmente das amigas. Das nossas reuniões, das fofocas, das conversas e confidências no CC e do café. Ah, o café, doce líquido que me mantia viva! Sei que amigos de verdade não somem, mas vai ser difícil saber que o meu dia não terá aquelas pessoas maravilhosas por perto bem no comecinho dele.

Entrei na FURG e saio com a sensação de missão cumprida. Poderia ter vivido mais coisas lá dentro, mas a verdade é que foram os melhores anos da minha vida. Quatro anos, ditos assim, parecem uma eternidade, mas eles passam muito rápido. Não quis me candidatar a oradora, pois achei um cargo de demasiada responsabilidade. Ser responsável pelas palavras que minha turma lembrará pro resto da vida? Ai, que medo! Tenho certeza que a minha amiga que ficou a cargo dessa tarefa fará muito melhor do que eu, sensibilidade é o que não falta nela.

Mas aqui fica o meu discurso sobre esses quatro anos que vivi. Porém, não é nem metade do que realmente penso. Palavras são vagas demais para expressar tudo o que a gente sente...

Sunday, January 8

"Sentimental feelings / Never get me anywhere / My heart concern is bleeding / Is there anybody, anybody?"*

Eu mal sabia que você existia. Nem sei se você sabe que eu existo. Mentira, eu sei que você sabe que eu existo, porque já te vi me olhando. De longe. E quando olho, você sempre disfarça olhando pro lado. E eu faço o mesmo. Estranho, não? Duas pessoas se admiram de longe, mas, ao mesmo tempo, disfarçam.

Seria por vergonha? Timidez? Hoje em dia, as coisas são mais complicadas do que antes. Complicadíssimas, para dizer a verdade. Mostrar interesse virou sinônimo de descaso, por parte do interesse, é óbvio. E eu não entendo isso. E acho que nunca entenderei.

Mas quem sou eu para querer entender algo? Não entendo nem a mim mesma. Sou a primeira pessoa a querer evitar o amor e a primeira a me apaixonar. Mesmo que platonicamente. Sim, eu ainda tenho amores platônicos - e o motivo está explicado no parágrafo anterior. Me apaixono e desapaixono todos os dias, todos os minutos. Me apaixono por uma pessoa diferente, por uma pessoa antiga, me apaixono por uma música, um texto, um filme, uma frase, um cheiro, um sabor... Falando em sabores, nem todas essas paixões possuem um gosto bom, mas é aquela velha regra: nem tudo é perfeito.

Tá, vamos parar com as paixões. No plural. O motivo deste texto não é falar das minhas paixões. E sim falar de uma só. A última delas, a pessoa do primeiro parágrafo. Desse eu ainda não desapaixonei. E meu maior problema é não saber se o verei de novo.

Uma coisa é certa: eu sei que se não vê-lo de novo essa paixão vai passar. Será substituída por outra. E é exatamente esse o meu maior problema. Eu não quero que acabe. Eu não quero me desapaixonar e apaixonar de novo. Eu quero vê-lo todos os dias, eu quero mostrar interesse, eu quero algo que não seja platônico, muito menos de longe. Eu quero tanto tantas coisas, que acabo nunca tendo nada.

Eu queria poder querer uma coisa só. Sem que o mundo, o tempo, a distãncia e as outras pessoas interferissem. Mas esses fatores sempre interferem. E, por isso, eu continuo aqui querendo tudo. E me apaixonando e desapaixonando again and again and again...


*Hello - Kelly Clarkson

Sunday, January 1

Não tinha nenhuma expectativa pra 2011. Tenho uma teoria maluca de que anos pares são melhores do que ímpares. E como tive um 2010 muito bom, pensei que dificilmente teria um ano melhor. Quebrei a cara, mas dessa vez de modo positivo. Posso dizer com toda certeza de que a palavra para definir o meu ano que acabou de terminar é VIDA. Vivi como nunca nesses últimos 365 dias, intensifiquei todos os meus sentimentos, tive momentos ruins, mas, sem sombra de dúvidas, fui feliz. Muito feliz!

Terminei a faculdade. Tenho que agradecer e comemorar pelos quatros anos que eu passei na FURG. Digo e repito: foram os melhores da minha vida! Fiz o curso que eu queria, no lugar que queria e fiz as amigas que queria. Sofri muito, muito mesmo com os estágios e a pressão do último ano, mas a recompensa e a felicidade pela conquista fazem com que cada noite não dormida tenha valido à pena. Me dá vontade de chorar quando penso que não vou mais colocar os meus pés por lá, nem ver as pessoas maravilhosas que conheci, todos os dias. Mas tudo na vida tem um fim, só me resta aceitar.

O campo amoroso merece um parágrafo a parte. Ou melhor, não merece parágrafo nenhum, já que foi praticamente inexistente. Paro para pensar e nem acredito em tudo que fiz. Comecei o ano tendo que aceitar que algumas pessoas não nasceram para fazer parte da minha vida, por mais que eu desejasse com todas as minhas forças. Mas superei meus medos, entendi que passado é passado, vivi noites muito loucas e entendi que quem é seu de verdade, fica. Esperei, esperei, esperei e fui recompensada. Se mais surpresas me esperam, que assim seja!

Tudo isso me faz perceber que eu finalmente me aceitei como sou. Mesmo com o cabelo esquisito e os quilos a mais, estou feliz como há muito tempo não era. E feliz por mim mesma. Feliz por ter vivido um ano maravilhoso, em que as coisas ruins foram tão pequenas que foram absorvidas pelas coisas boas. Esse foi o meu ano!

Lembro do reveillon do ano passado e dos meus pedidos. Não vou revelar quais foram, mas dois dos três foram atendidos. Para 2012? Não vou esperar muita coisa, de novo. Quem sabe essa não é a receita da felicidade?



Por isso, 2012, só te peço para me fazer feliz. Apenas isso.