Wednesday, October 13

Sem título - Bloco de notas

E, de repente, tudo ficou cinza. De novo.

Hoje está um dia lindo, bem do jeito que eu gosto. Céu azul sem nuvens e aquele ventinho pra refrescar. Só que eu vejo tudo cinza. A sensação de vazio está de volta, junto com a agonia de não saber mais nada. Não consigo ver, muito menos prever o futuro, mesmo sabendo que ele está logo ali na minha frente.

É como acordar de um sonho bom e perceber que na vida real não é daquele jeito. E nem será. Porque nos sonhos tudo acontece de acordo com a minha vontade e sei que quando estou acordada não é assim. Mesmo. Então eu começo a aceitar, como sempre. Relembro tudo e chego à conclusões bizarras. Bizarras mesmo.

Uma dessas conclusões é a de que parece que nasci pra sofrer. Certas pessoas nascem com potencial pro sucesso em tudo. Eu não. O máximo que tenho é sorte, e muito raramente. Acredito que alguém quer testar o quanto posso ser forte e fica me testando. Eu sei, eu sei que é exagero. Mas também sei que é preciso passar por coisas ruins para crescer. Só que eu gostaria de saber o motivo dessas coisas ruim. E eu já pensei, pensei e pensei mais de um milhão de vezes e ainda não descobri o tal motivo...

E então vem a preguiça. Ter que passar por tudo de novo para poder ter a chance de recomeçar. E o medo aparece. Como que vou saber se realmente terei essa chance? Tá, eu sei que não saberei. Só que eu sou a pessoa mais ansiosa do mundo e tudo o que não está ao meu alcance e depende das vontades dos outros me preocupa e me tira o sono.

Falando em sono, e as olheiras? Resultado de noites mal dormidas, em que projeto na minha mente cenas impossíveis só pra tentar pegar no sono e não ficar mais remoendo o que já foi. E o que não foi. E o que poderia ter sido.

Sinto que estou paralisada. Vendo o mundo girar, a vida correr e o tempo passar com uma rapidez incrível. Me conformo em ficar no meu cantinho, assistindo a esperança que sempre morou dentro de mim ir embora (ela pode até ser a última a morrer, mas um dia ela morre). E cruzo os braços por não saber mais o que fazer.

E, de repente, tudo fica cinza. De novo. Eu queria mesmo era estar sonhando. Eu queria uma realidade diferente.