Tuesday, October 20

Conquista: pesos, medidas e prazo de validade

Hoje estava aqui pensando com meus fiéis amigos botões sobre esse maRdito (!!) jogo da conquista. É engraçado como essa fase inicial de qualquer relacionamento (ou tentativa de) é tipicamente marcada pela falta daquela dose de bom senso e naturalidade com que lidamos normalmente com todas as outras pessoas da face da Terra. É quase bizarro como todos nós, homens e mulheres, acabamos exagerando ou nos policiando demais nos "sinais" que damos ao outro de que estamos, sim, interessados - seja num romance eterno (ai, ai...) ou num pega delicioso (hummmm...). A virtude está no meio. Sei lá quem disse isso, mas é verdade. Então, aquele cara que você acha normalzinho, um feio simpático ou mesmo um bonitinho sem sal, você vai tratar legal, ser simpática, natural, vai conversar sem medo, mas também sem pendurar uma melancia no pescoço para aparecer; não vai encolher a barriga quando ele passar, não vai cruzar as pernas na frente dele tipo Instinto selvagem.

Por quê? Porque aquilo que não nos afeta é banal, indiferente e nos sentimos à vontade para sermos APENAS nós mesmos(as). Mas sabemos que a paixão deixa qualquer um meio pancada das ideias, e "racionalidade" é palavra riscada do dicionário. Então, amiga, se você observar comportamentos externos de sua parte ou dele, aí tem.

Por que você sentaria em todos os lugares possíveis da mesa, menos ao lado dele? Por que ele cumprimentaria todas, menos você? Por que você se arrumaria toda para ir ao aniversário dele num boteco? Por que ele fala alto e se exibe todo quando você passa? Por que você desvia o olhar quando percebe que ele percebeu que você estava olhando? Por que ele te olha direto e reto de longe, na maior cara de pau, e depois abaixa a cabeça quando se cruzam?

Por que você se arrepende da merda que falou, com medo do que ele vai pensar? Por que ele finge não saber aquele detalhe pessoal sobre sua vida? Por que você quer estar onde ele estiver? Por que ele ESTÁ em qualquer lugar em que você estiver? Por que você fica calada horas e de repente começa a falar do nada? Por que o tímido vira atirado e o atirado tímido? Por que o céu é azul? Por que o fogo queima? Por que eu tô aqui e você aí? Hein? Hein? rs...

(Eu já sei quase todas as respostas, menos o porquê de os homens acharem que falar de outras mulheres perto de você é contar vantagem. Nhé)

Adoro essa fase. Mesmo. é uma das fases mais gostosas desse jogo de sedução em que cada um aposta à sua maneira, sem saber se vai ganhar ou perder. Acho tudo lindo, emocionante mesmo esse suspense. Afinal, tudo o que é óbvio ou fácil demais perde a graça, não é mesmo?

Mas até esse "momento lindo" tem um prazo de validade. Não podemos ficar tempo demais só nessa fase de indícios e indiretas sem passar à ação. Temos que ter cuidado para não passar do ponto e dar a impressão errado ao nosso alvo. Se você for uma mulher, provavelmente vai logo ser acusada de rainha do cu doce. Se for homem, provavelmente sua possível candidata a maior musa de todos os tempos da última semana vai achar que seu interesse é só banho-maria (também conhecido como "massageador de ego" - mas isso é papo pra outro dia) e nunca vai passar a algo mais concreto e caliente.

Ninguém aqui quer ser pudim. Se é pra cozinhar, prefiro virar logo churrasco e saber o que me espera - ou não. Porque esses pratinhos megaelaborados podem até ser uma delícia, daquelas em que você vicia pro resto da vida, mas se demorar muito e a fome apertar, eu vou lá na esquina comprar um dogão e já volto.

Tradução/moral da história "for dummies": ou fode ou sai de cima.


Por Jujumenta (A mais ruiva (no momento). A mais avoada. A mais sonhadora.) no livro "Mulé é um bicho burro mermo!"

No comments: